usina mói a cana o caldo e o bagaço usina mói o braço a carne o osso usina mói o sangue a fruta e o caroço tritura suga torce dos pés até o pescoço e do alto da casa grande os donos do engenho controlam : o saldo e o lucro (artur gomes)
terça-feira, 21 de novembro de 2017
a carne da palavra
a carne da palavra
: POESIA
l a v r a q u e s o l e t r o
todo Dia
Artur Gomes
www.sagaranagensfulinaimicas.blogspot.com
sábado, 18 de novembro de 2017
tropicalirismo
Tropicalirismo
Girassóis pousando
nu teu corpo: festa
beija-flor seresta
poesia fosse
esse sol que emana
do teu fogo farto
lambuzando a uva de saliva doce
Artur Gomes
in Couro Cru & Carne Viva
Algaravia
eu sou o vento
que remove teus cabelos
e repousa em sua face
a outra face do que sente
mas não vê
a palavra que um dia
escreverá - algaravia
nas películas da memória
da ficção que entender
come poesia menina
come poesia
pois não há mais metafísica no mundo
do que comer poesia
Federico Baudelaire
voragem
não sou casta
e sei o quanto custa
me jogar as quantas
quando vejo tantas
que não tem coragem
presa a covardia
eu sou voragem
dentro da noite veloz
na vertigem do dia
Federika Lispector
entre o sonho e o sossego
:
o pesadelo
Federico Baudelaire
domingo, 12 de novembro de 2017
jura secreta 96
jura secreta 96
te procurei na Ipiranga
não te encontrei na
Tiradentes
nas tuas tralhas tuas
trilhas
nos trilhos tortos do
Brás
fotografei os destroços
na íris do satanás
a cara triste da Mooca
a vaca morta no trem
beleza no caos: urbana
beleza é isso também
meu bem ainda mora
distante
deste bordel carNAvalho
a droga a erva o bagulho
Tietê um tonto espantalho
Artur Gomes
sexta-feira, 10 de novembro de 2017
juras secretas
Jura secreta 104
para Celso Borges e Lilia Diniz
faz escuro mas eu canto
Thiago de Mello
eu sou quem morre e não deita
Salgado Maranhão
pros meus afins está difícil
por isso esse novo canto
se o dia não amanhecer
Querubins e Serafins
o que será de Parintins
Bumba-Meu-Boi
o que será ?
Maranhão meu São Luiz
o que será de Imperatriz
do povo/boi o que será
do povo/boi o que vai ser?
Jura secreta 75
é abissal
o cheiro de esperma e susto
não fosse o ópio
nem cem anos de solidão
provocaria tal efeito
o peito estraçalhado
por dentes enigmáticos
Monalisa
sangra na Elegia do agora
cada deusa tem seu templo
cada mulher tem sua hora
Artur Gomes
quarta-feira, 1 de novembro de 2017
jura secreta 103
Jura secreta 103
dois mil e dois
em Porto Alegre era dezembro
num quarto de hotel
entre lençóis de branco linho
teus pelos girassóis em desalinho
a pele rosada como pêssego
a língua eu bebia como vinho
o leite que suguei de teus mamilos
o gosto agora sangue em minha boca
e
o incêndio que apaguei em tuas coxas
agora queima em minha mãos no pergaminho
Artur Gomes
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
jura secreta 99
Jura Secreta 99
dentro do quarto
o poema tenso
não entra nem sai
o estômago ronca
as tripas gritam de fome
e o poema preso
tenta dar um salto
pular pelas janelas
o impulso é fraco
o país é pobre
enquanto o povo dorme
a rosa se esfacela
e os restos na bandeja
são vendidos por migalhas
Artur Gomes
terça-feira, 1 de agosto de 2017
tempo tempo tempo
tempo tempo tempo
o tempo não tem pressa
são dois ponteiros de um relógio
que morde nervos e músculos
diante dos olhos Dela
:
Ela o tempo que não passa
obs.: na foto: Marcela Sanse - feliz por re-encontrá-la uns 10 anos depois que a conheci ainda criança em Bento Gonçalves-RS
quero voar
Ícaro sem planos de vôo
e nada de panos
seguindo os passos de Anchieta
:
Guarapari Antropofágica
come. come meus pés descalços
e os vestígios de Anchieta
por onde estiver ainda
come. come todos os passos
e vomita os restos na Ampulheta
porque o tempo tarda mas não finda
Artur Gomes
foto.poesia
quarta-feira, 29 de março de 2017
jura secreta 29
jura secreta 29
a luz branca de outono
deságua em mim
como mar de outrora
águas de outras eras
em ondas de sal
pra me benzer aurora boreal
nos olhos de quem me vê
Artur Gomes
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
o que existe por trás da poesia
o que existe por trás da poesia
língua de sal
lambendo a pele
do amor a flor da pele
Artur Gomes
foto.poesia
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